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O setor de saúde vem passando por um forte processo de consolidação nos últimos anos. De 2003 para cá, foram 817 negócios, colocando o segmento entre um dos dez que mais transacionou no período, demonstrando um grande apetite por fusões e aquisições (M&A - Mergers and Acquisitions). Nesses últimos anos foram realizadas cerca de 500 transações no setor que, juntas, movimentaram quase R$ 90 bilhões (US$ 18 bilhões). Desse volume, cerca de 90% foram fechadas por dez grupos consolidadores — Rede D’Or, Intermédica, Dasa, DaVita, Hapvida, Fleury, Oncoclínicas, Sabin, Viveo e Hermes Pardini.
Em 2022, as empresas do setor de saúde, que englobam hospitais, laboratórios de análises clínicas e companhias de produtos químicos e farmacêuticos, realizaram 53 operações de M&A em todo o país, de acordo com dados da KPMG. Apesar de um desempenho 36% inferior ao observado em 2021, foi deste setor uma das principais transações já realizadas no Brasil: a fusão da Rede D’Or (RDOR3) e da SulAmérica Seguros, gerando um negócio avaliado em US$ 3,1 bilhões (ou cerca de R$ 15 bilhões).
Qual o cenário do mercado da saúde?
Apesar desse volume relevante de transações, o mercado da saúde ainda mantém características parecidas, com concentração de clientes de planos de saúde num grupo pequeno de operadoras e um mercado hospitalar ainda pulverizado.
Em 2021, cerca de 75% dos usuários de convênios médicos eram do sistema Unimed, Hapvida, Bradesco, Amil ou SulAmérica. Além disso, em algumas praças menores ainda há operadoras de menor porte com relevância local que podem ser alvo de consolidação. Nessas praças, o mercado hospitalar é mais fragmentado ainda. Segundo a BR Finance, cerca de 130 hospitais (com mais de 50 leitos), situados em cidades com mais de 200 mil habitantes, já foram adquiridos pelos grandes grupos, mas há outros 280 com essas mesmas características ainda sob controle de seus fundadores.
Em paralelo, há uma consolidação em andamento no mercado de especialidades médicas como oftalmologia, ortopedia, nefrologia e reprodução. Esse movimento começou por volta de 2015, mas acelerou durante a pandemia. Somente no segmento de oftalmologia, foram fechadas 30 transações desde 2021, o equivalente a um negócio por mês, segundo levantamento da consultoria carioca B2R.
A consolidação é liderada pelas gestoras de private equity Pátria, que já comprou pelo menos 20 ativos na área, seguida pela XP, com cerca de 15 negócios fechados. Há mais de 5 mil clínicas e hospitais oftalmológicos no país, indicando ainda espaço para crescer.
Quais são os desafios da área da saúde?
A saúde não é um mercado que disputa o cliente, disputa a disponibilidade de prover o serviço para a população, já que neste segmento da economia a tecnologia e os serviços geram a sua própria demanda (Lei de Roemer da Economia da Saúde). No entanto, muitos dos desafios do setor estão:
● No seu custo alto de investimento, com preços elevados de equipamentos e de
manutenção;
● Disponibilidade de profissionais.
Já o uso de inteligência artificial e de laudos a distância são algumas das tendências que deverão impulsioná-lo, com destaque para os avanços das “healthtechs”.
Neste panorama de fusões e aquisições no setor de saúde, destaca-se o papel ativo de fundos de private equity com experiência no setor de saúde, como Pátria, que investe em empresas como Dasa e na Alliar; Vinci Partners, com investimentos na Cura; e Crescera Capital, com um histórico de investimento no setor de saúde, sendo um dos exemplos a Hospital Care, Hospital Vera Cruz e o Hospital Baía Sul, entre outros.
Como podemos auxiliar?
Neste sentido, a Cornerstone Partners está a apta, através da experiência e vivência dos seus profissionais, a apoiar empresários da saúde de todos os níveis, nos serviços de consultor especializado, valuation e assessoria para fusões e aquisições, na busca da melhoria da sua governança e e a análise de oportunidades de negócios no atual cenário.
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